Sabe, eu não ia escrever nada. Até porque, nos últimos dias, eu não tenho feito nada que possa ser relacionado a esses blog. Tenho ido a academia sim. Todo dia, menos hoje. E só. Não comi quase nada de frutas essa semana. Comi muito pão, e até chocolate e doce de leite. Na sexta-feira, fiz sessão de cinema aqui em casa com os filhotes, e comi nuggets e muita, mas muita pipoca com muita manteiga, e bebi coca-cola. Sábado me deu vontade louca de comer guacamole, e eu fiz com um abacate só, mas comi tudo sozinha, com um saco de doritos.
E quer saber? Tô na mesma de sempre. Não engordei, nem emagreci. E também não me descabelei por conta disso. Desisti? Também não. Mas acho que existem momentos em que precisamos ser mais sensíveis com nós mesmos. E eu estou num momento desses. Eu sei que posso várias coisas, que sou boa em várias coisas, e que com determinação eu consigo fazer qualquer coisa. Mas tem horas que não dá. E não dá, simplesmente porque não dá.
Eu sei que quando queremos muito alguma coisa, temos que abrir mão de outras e correr atrás mesmo. Mas esse não é o caso. O caso é que não dá. Agora não dá, e sozinha, infelizmente eu não consigo. Eu não estou triste, ou passando por um momento triste. Mas eu estou cansada. E não é com a falta de resultados, é com coisas muito mais complicadas. Não é um cansaço físico, quem me dera. É um cansaço emocional, de alma, sei lá.
Sabe, Brenda significa entusiasmada, alegre. Ao contrário de que o Mc'Donald's quis dizer há uns anos (de aparência horrível), conversa deles, não é nada disso. E vá lá, eu até tenho minhas crises existenciais, mas olhando a minha vida, de pequena pra hoje, eu tenho muito mais momentos alegres do que tristes. Eu posso dizer com a mais absoluta certeza de que eu sempre fui e sou feliz, independente da situação, das circunstâncias, do mundo ao redor, eu sempre tive um mundinho interior, meu, e nele eu sempre fui feliz.
Eu me lembro até do dia em que eu descobri que estava grávida do Gabriel, numa situação super complicada, solteira, namorando a pouco tempo, e sabendo que tempos difíceis viriam, lembro de no banho olhar minha barriga e pensar "Meu Deus, o filho que eu sempre sonhei em ter tá aqui. Que alegria!" Eu lembro de chorar e rir ao mesmo tempo. Porque até nisso eu tinha do que me alegrar.
Eu sempre digo que odeio reclamar das coisas, porque a minha vida é incrível, é boa demais. Eu tenho saúde, apesar do IMC 30. Eu tenho a família com a qual eu sempre sonhei, até muito mais linda do que eu sempre sonhei. Eu tenho amigos mais chegados que irmãos. Eu tenho vida transbordando de mim. Planos pro futuro, sonhos, desejos, esperanças. Eu até consigo rir da tristeza, porque no fundo no fundo "nada está tão ruím que não possa piorar", e essa é uma das maiores verdades da vida. Desculpa, mas é!
E com certeza, antes de tudo isso eu tenho Deus, Jesus no coração. E a maior alegria de todas é a alegria dEle. Eu nunca ganhei na mega sena. Aliás, a maior coisa que eu já ganhei, de sorteio, nessa vida foi um arranjo de flores, ano passado. Antes disso, tinha sido um bolo de milho, e eu odeio milho. Mas eu tenho certeza que a euforia momentânea de se ganhar na mega sena não chega nem perto da alegria de se ter Jesus no coração. Por mais infãntil que essa afirmação possa parecer.
E é uma alegria tão simples, uma felicidade tão fácil. Não sei como existe tanta gente no mundo com essa dificuldade toda de se alegrar, de ser feliz. Eu até entendo que um rejeitado social, alguém que não tenha onde morar e nem o que comer, possa se revoltar e ser infeliz justamente, talvez. Mas pessoas que tem o básico, como comer, ter teto, saúde e condições mínimas de higiene, já podem olhar um sol lindo no céu de manhã e saber que isso é felicidade. Ou então a chuva, que pode até estragar alguma festa, mas que ao mesmo tempo traz o verde de novo, e isso é felicidade. Ganhar um beijo babado de uma criança é felicidade pra mais de dia. Ver uma flor cor de rosa no meio do caminho diário é felicidade. Ter dinheiro pra pagar as contas do dia é felicidade. Não estar doente é felicidade demais da conta...
Eu realmente fico me perguntando às vezes, se a gente precisa mesmo só pensar nos problemas, nas dificuldades, nas tristezas. Que essas coisas precisam ser tratadas, tomadas as providências e resolvidas, não há dúvida. Mas elas precisam ser a prioridade? Em primeiro lugar não pode estar o contentamento, a gratidão pelo que resta de bom e a felicidade pelo que se tem? Questionamentos de peso, nada a ver com quilos, que tem me tomado todo o tempo, de uns tempos pra cá.
Os quilos estão aqui. Incomodando como sempre. Mas tem coisa que incomoda mais, com certeza. E se me perguntar, estou muito bem, muito feliz, muito contenta, mas beeeeeem cansada...
Gostei do desabafo amiga!
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